Após meio ano, TV digital dá menos de um ponto de Ibope
Seis meses após sua estréia oficial, a única certeza que se tem sobre a TV digital brasileira é que ela ainda dá traço --ou seja, a recepção do sinal em televisores sequer atinge o equivalente a um ponto no Ibope, 55 mil domicílios na Grande SP. Números obtidos com a Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus) revelam que, de 2007 até abril deste ano, 25.854 conversores (ou "set-top boxes") foram fabricados na região.
Os aparelhos são necessários para a recepção do sinal digital nas TVs. "Quase a totalidade dos receptores vem de Manaus, por conta dos benefícios [fiscais]", afirma Roberto Franco, presidente do Fórum da TV digital. Hélio Rotenberg, presidente da empresa Positivo Informática, líder em vendas neste mercado, diz haver 20 mil famílias recebendo o sinal na Grande SP, no máximo. "Algo entre 10 mil e 20 mil", afirma. Além de São Paulo, as cidades de Rio de Janeiro e Belo Horizonte também têm TV digital, mas a implementação começou há menos tempo.
Órgãos responsáveis pela inserção do novo sistema no país, como Ministério das Comunicações, Abert (Associação Brasileira de Rádio e Televisão) e Eletros (Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), alegam não ter dados oficiais sobre adesão. Ainda não há também o volume de compra de TVs com receptores digitais embutidos, mas o produto é restrito a nichos de alto poder aquisitivo. Um dos aparelhos mais baratos deste tipo custa R$ 6 mil. Já o conversor mais barato do mercado sai por R$ 499 --preço considerado alto, já que a demanda é baixa.
O conteúdo transmitido pelas emissoras em alta definição, um dos chamarizes para procura por "set-top boxes", é limitado. Em São Paulo, o único canal que transmite toda sua programação em alta definição (sem contar horários alugados) é a RedeTV!.
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